quarta-feira, 14 de maio de 2014

ECCE HOMO - POESIA # Antonio Cabral Filho - Rj

&
ECCE HOMO - POESIA
Antonio Cabral Filho 
Curupira Edições 1997

LINK DA EDIÇÃO EBOOK
http://pt.calameo.com/books/001893073f5381f91db89 
***
Capa da 1ª Edição
*
é meu primeiro livro individual, após toda uma trajetória de livros coletivos, fitas k7, posters de poesia etc. Os textos deste livro são frutos da minha atuação no ambiente cultural mais elevado da cidade do Rio de Janeiro; o ambiente teatral, os grandes debates sobre a abertura política brasileira, os ciclos cinematográficos ora homenageando S M EISENSTEIN, ora KOSTA GAVRAS, ora BERTOLUCCI ou os cineclubes, aonde eu me exercitava realizando debates sobre África e América Latina, com foco na redemocratização brasileira e continental e na vitória das forças progressistas em África, tanto África do Sul de Mandela como África Portuguesa com o MPLA, o PAIGC e Amilcar Cabral em Moçambique. Quem milita nesse ambiente não tem como produzir material alienado. De alguma forma, chega-se ao engajamento. E só na medida em que percebi resultado nas ações desses atores revolucionários, eu fui me retirando da cena militante, pois o meu centro foi, é e continua sendo a ARTE. Ela foi, é e continuará sendo a minha ferramenta de transformação da realidade. Por isso meus poemas são concentrados, preferencialmente minimalistas, porque diz mais com menos recursos verbais. Exemplo: o poema 
FAROLEIRO,

Meus olhos procuram
mas nessa escuridão
nada posso ver...

ou o poema 
AVISO

Onde há brasas vivas
há esperança de chamas.

Outro exemplo é o poema SOBRE/VIVO

Distante
              ausente
                           náufrago
navego
                                             além tudo

Há alguns voltados para as escolas vanguardista do período pós-70, mas não fazem a minha cabeça. Aliás, todas serviram ao protesto político conjuntural e aí eu vejo como esvaziamento da proposta. Não acredito em arte engajada panfletariamente. Ao contrário. Meu protesto será sempre através da estética, uma vez que através dela contestamos a forma e o conteúdo a um só tempo.
EXEMPLO:

A/
GU/
IL/
H/
OT/
I/
NA/
IN/
V/
IS/
IV/
EL.

Preciso fazer discurso para explicar o "texto" do poema? Ou o seu contexto de criação? Creio que não. O leitor irá se entender com o poema e irá dialogar com ele até que um decifre o outro. 

E assim é o livro todo. Até os poemas mais discursivos traçam uma linha de diálogo sem se desgastar em verborragias inúteis. Eu não creio que o poeta precise explicar nada. O leitor, por si só, vai tirando conclusões ao longo de sua "relação" com o texto poético.

Há quem pense em "poesia filosófica", mas cuidado! Filosofia tem cabeça-tronco-e-membro; poesia, não!
***

Nenhum comentário:

Postar um comentário